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Saneamento para quem não tem: inovar para universalizar

Por ABES DF | 08 de novembro de 2024




Foto: Freepik


A edição 2025 do 33º CBESA traz como tema central “Saneamento para quem não tem: inovar para universalizar”. Discutiremos os desafios para atender a quem não tem saneamento, focando na busca de soluções criativas, inovadoras e efetivas para garantir o saneamento básico para os não atendidos.


O congresso da ABES se consolidou como o mais importante evento de saneamento ambiental no Brasil, sempre buscando as inovações, as novas tecnologias, as experiências bem-sucedidas e os desafios do setor. Portanto, convidamos a todos e a todas a se debruçar e focar na busca de soluções para garantir o saneamento básico onde ele é inexistente. A precariedade da infraestrutura e a ausência dos serviços municipais de saneamento básico levam a uma condição inaceitável, aviltante, abominável e infame, vivida por milhões de brasileiros.


Os congressos da ABES sempre enfrentaram os desafios da universalização dos serviços de saneamento básico. Mas as conquistas e a evolução dos serviços ainda não foram capazes de atender a todos. O saneamento continua sendo mais um símbolo da desigualdade no país. No 33º CBESA vamos dar mais um passo para identificar soluções para os que ainda não têm os serviços de saneamento, sempre levando em conta a proteção do meio ambiente, a saúde e bem-estar de todas as pessoas, sem exclusão. Com a participação de grandes especialistas do setor, pesquisadores, profissionais e estudantes, o CBESA irá contribuir para conectar órgãos públicos e privados, empresas e organizações sociais à ciência, pesquisa e inovação tecnológica.


Todos os painéis, mesas redondas, trabalhos técnicos deverão ir além dos aspectos específicos de cada tema, focando também no atendimento a quem ainda não teve respeitado seu direito básico à salubridade sanitária, tanto dentro do seu lar como no seu entorno.


E para alcançar todos os brasileiros, estejam eles nas periferias das cidades, nas áreas rurais ou de difícil acesso, nas comunidades indígenas ou quilombolas, é fundamental fortalecer políticas e ações de inovação no setor de saneamento.

Consideramos que é essencial:


• Buscar tecnologias de tratamento de água e esgoto, drenagem, coleta, transporte e tratamento dos resíduos que podem ser implementadas em áreas rurais e comunidades isoladas, onde a infraestrutura tradicional é inviável;


• Priorizar as construções sustentáveis e as soluções baseadas na natureza;


• Intensificar a prática do reuso de água, onde for recomendado, reduzindo a demanda por água potável e potencializando a sustentabilidade;


• Adotar procedimentos de monitoramento e gestão operacional inteligente, com o uso de sensores e dispositivos dotados de internet das coisas e inteligência artificial, detectando problemas antes que se tornem graves, o que também irá auxiliar a mitigação de emergências climáticas;


• Formular e aperfeiçoar políticas de pesquisa, desenvolvimento e inovação para o setor de saneamento, com regulamentações flexíveis que incentivem a inovação e a adoção de tecnologias emergentes e que permitam a experimentação e a adaptação para fazer com que os serviços de saneamento cheguem a quem ainda hoje não é atendido.


O foco de todas as discussões deve ser a alteração da realidade daqueles que ainda não tiveram como tomar uma ducha de água quente e que não possuem uma torneira com água potável no seu lar, daqueles que não possuem uma rede de esgoto na sua calçada, daqueles que têm suas residências inundadas nos temporais e nas enchentes e daqueles que não possuem uma coleta de resíduos convencionais e seletiva na sua porta, propiciando o exercício de uma atitude de respeito ao meio ambiente e de inclusão dos de todos os cidadãos.


Estes cidadãos e estas cidadãs merecem todo o nosso respeito e a eles dedicaremos esse Congresso, pois o compromisso da ABES é com todos aqueles que ainda não têm esse direito básico mínimo assegurado.


Histórico de Brasília no 1º e no 33º CBESA.


Brasília sediou o Primeiro Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental em 1967, um ano após a criação da ABES. Os três primeiros congressos, realizados em 1960, 1963 e em 1965, foram promovidos sob a bandeira da AIDIS – Associação Interamericana de Engenharia Sanitária e Ambiental, na qual representamos o capítulo brasileiro.


Há seis décadas o evento reúne, discute, planeja e integra ações de forma a vencer os desafios da universalização do saneamento, visando ao bem-estar e a saúde da população, habite ela as áreas mais privilegiadas do ponto de vista urbano ou as periferias das cidades. A questão do saneamento rural também vem sendo inserida nas discussões ao longo do tempo.


Queremos que cada pesquisador, cada estudante, cada profissional reflita sobre o que é NÃO TER ESSES SERVIÇOS ASSEGURADOS, colocando-se no lugar de quem não tem saneamento em casa, imaginando como procederia para resolver suas necessidades, para, usando sua criatividade, inventividade e sua empatia com o outro traga ideias, propostas e contribuições, mesmo que pequenas, na direção do saneamento para quem não tem.


Há que se construir e implementar soluções de atendimento a cada cidadão e a cada cidadã que mora nas periferias, nas palafitas, no campo, nas regiões remotas. Precisamos apontar soluções alternativas adequadas a cada situação, bem como novos arranjos institucionais que garantam a viabilidade técnica, econômica, social e ambiental para a prestação de serviços adequados de abastecimento de água, esgotamento sanitário, manejo e drenagem de águas pluviais e manejo de resíduos sólidos para 100% da população do Brasil.


Para isso há que se analisar e ampliar as discussões, envolvendo a própria população, a sociedade civil organizada, os diferentes níveis de governo (municipais, estaduais e federal), a iniciativa privada, as instituições científicas a fim de encontrarmos soluções adequadas para cada localidade urbana ou rural poder contar com saneamento básico e garantir a seus moradores a higiene pessoal, a preparação dos alimentos, o asseio dos seus lares e seus entornos.


Que a empatia por quem vive essa desumana realidade seja a fonte de inspiração para cada um. O Brasil precisa virar esta página dos baixos índices de cobertura de serviços com qualidade, regularidade e em quantidade suficiente. Precisa fechar os lixões, propiciar trabalho digno aos catadores e catadoras, atender a toda a sua população e sair da barbárie da insuficiência sanitária para a civilidade. Conclamamos você a fazer este exercício na busca de um mundo melhor para cada ser que o habita.


Elaboração de Guia Metodológico para os participantes


Considerando que cada congresso possui o seu tema (fio condutor das discussões) cada participante, orador, palestrante, painelista, debatedor, deverá receber um guia metodológico orientativo que incentive a cobertura de todos os temas caros e necessários ao saneamento de qualidade com sustentabilidade e da necessidade de inovar para levar o saneamento aos que ainda não o tem.

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