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Daniel Nolasco defende aceleração e inovação para universalizar o saneamento até 2033 no 33º Congresso da ABES

Por ABES| 28 de maio de 2025


Na manhã desta terça-feira (28), o engenheiro Daniel Nolasco, presidente da NOLASCO e Asociados e Fellow da International Water Association (IWA), realizou a palestra magna do terceiro dia do 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (CBESA) e da Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (FITABES), promovidos pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), em Brasília. A sessão foi moderada por Alceu Guérios Bittencourt, ex-presidente da ABES, que destacou: “Sabemos que o Brasil tem muita coisa para oferecer ao mundo e também temos como nos beneficiar desse intercâmbio”.


Em sua palestra, Nolasco ressaltou a necessidade de o Brasil acelerar suas ações para alcançar a universalização do saneamento até 2033. “Se desejamos atingir a universalização, precisamos trabalhar mais rápido ou começar a confiar em tecnologias que já dominamos bem no Brasil”, afirmou, citando exemplos de soluções inovadoras e de baixo custo implementadas no país, como o trabalho da Caesb com redes condominiais de esgoto, o tratamento de resíduos municipais e as lagoas de estabilização.


Nolasco apresentou 10 ideias para impulsionar o saneamento, defendendo que as empresas brasileiras adotem estruturas dedicadas à inovação, tal como ocorre em companhias internacionais. “Nos Estados Unidos, as empresas de água e esgoto possuem lideranças focadas exclusivamente em inovação, em contato direto com as diretorias. Precisamos ter essa liderança no Brasil para poder avançar”, reforçou.


O especialista alertou ainda para o papel do OPEX, os custos operacionais, como um dos principais inimigos da sustentabilidade do setor, defendendo que a adoção de modelos de economia circular pode reduzir custos e proporcionar maior estabilidade econômica. “Maximizar o uso da infraestrutura existente é fundamental. A capacidade de tratamento das estações normalmente é maior do que a originalmente prevista no projeto”, exemplificou, destacando o potencial de otimização das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs), fazendo mais com menos.


Daniel Nolasco também chamou atenção para a estreita relação entre água e energia, lembrando que as emissões associadas ao setor vão além dos limites do prestador de serviços. “Na Austrália, o uso urbano da água é responsável por 13% da eletricidade e 18% do gás natural consumido”, destacou, acrescentando que práticas como o reuso potável indireto, já implementadas em cidades do Sul da Ásia, podem servir de inspiração.


Durante sua fala, Nolasco enfatizou a importância de confiar nos operadores do setor e de compartilhar conhecimento com eles. “Com o compartilhamento de conhecimento, é possível ter sucesso na otimização dos serviços”, defendeu.


Por fim, o engenheiro destacou a candidatura brasileira para sediar o Congresso Mundial da IWA em 2030, que poderá ocorrer no Brasil com apoio da ABES. “É um evento muito importante, que permitirá demonstrar ao mundo que o Brasil e a ABES são o melhor lugar para o congresso da água em 2030. É um trabalho forte da ABES e muito relevante para a nossa região”, afirmou.


Na mediação, Alceu Guérios Bittencourt reforçou a projeção internacional da ABES e sua atuação em eventos globais. “Temos uma agenda internacional que vai crescendo até 2030. Neste ano teremos o Seminário de Perdas e Gestão Energética, em agosto, em São Paulo, e o Brazil Water Week, totalmente online, de 3 a 7 de junho. No ano que vem, realizaremos o Water Loss no Rio de Janeiro”, anunciou.

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