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Fuad Moura Guimarães Braga

A área de saneamento é a mais humana das engenharias


O engenheiro civil Fuad Moura Guimarães Braga, atual Assessor de Projetos Especiais e Novos Negócios da Caesb e candidato a presidente da ABES/DF nas próximas eleições este mês, sempre atuou no setor de saneamento. Para ele, o papel da ABES é extremamente relevante nas discussões dos instrumentos que norteiam as políticas públicas do setor de Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, em especial o Marco Legal do Saneamento.


  • Como você avalia a atuação política da ABES?


Faço parte da diretoria da ABES desde 2013. Já fui tesoureiro, estou no Conselho Consultivo. Na ABES Nacional, sou secretário executivo da Câmara Técnica de Dessalinização e Reuso, que debate estratégias relacionadas a esse tema. Também é importante nossa relação com a AESBE, onde contribuímos em várias câmaras técnicas; faço parte da Câmara de Gestão Empresarial, da Câmara de Desenvolvimento Operacional e atuo na Câmara Técnica de Inovação, na qual exerço a função de secretário.


Acho o papel da ABES extremamente importante, considerando o atual cenário em que vivemos, de discussões sobre alterações na legislação, em especial no Marco Legal de Saneamento. Os fóruns promovidos pela ABES são uma excelente oportunidade para discutir melhorias no setor e nas políticas públicas que tanto desejamos, visando principalmente à melhoria da qualidade de vida da população e seguindo nossa maior meta, que é a universalização dos serviços.


Sobre o que se discute quanto ao Marco legal do Saneamento, acredito que os decretos assinados pelo Governo Federal no último dia 5 de abril vão viabilizar que as empresas estaduais continuem investindo para se chegar à universalização. Os estímulos são diversos, as empresas públicas vão poder fazer investimentos por meio de Parcerias Público-Privadas, sem a limitação de 25% que o novo marco trazia.


  • Qual é sua expectativa em relação às eleições da ABES e a próxima gestão?


Temos a missão de manter a ABES/DF atuante no cenário local e junto a ABES Nacional. A ABES participou ativamente das discussões setoriais nos últimos anos com posicionamentos claros e objetivos, sempre de forma construtiva, em especial quanto aos debates relacionados ao Marco Legal do Saneamento. Importante também manter nossa representatividade junto aos Conselhos do DF e ampliar o número de associados. Nosso maior desafio será organizar, junto à ABES Nacional, o nosso 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, que ocorrerá em Brasília, em 2025. Tenho certeza que teremos êxito nessa empreitada, em especial pelo empenho da Diretoria e dos associados, pelo apoio que já conquistamos junto a Caesb, Setur, Aesbe e GDF na candidatura e vitória da nossa cidade para sediar o Congresso. Essa rede de apoio em prol do Congresso e, consequentemente, do Saneamento, será ainda maior e mais virtuoso.


  • Fale um pouco de sua vida acadêmica.


Sou nascido em Brasília, porém fui criado em Fortaleza e me considero cearense. Meu pai é mineiro, minha mãe paulista, criada em Petrolina, cidade banhada pelo Rio São Francisco. Eles se conheceram em Brasília, nasci aqui, mas meus pais foram para Fortaleza por questões profissionais e eu cresci lá, fiz o ensino fundamental e médio em Fortaleza e a graduação em Engenharia Civil pela gloriosa Universidade Federal do Ceará.


Logo depois de me formar retornei a Brasília em 2003 para fazer mestrado em Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, no Programa de Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, no Departamento de Engenharia Civil, na também gloriosa UnB.


Desde os anos finais da graduação eu optei por atuar na área saneamento, por isso direcionei as disciplinas optativas do curso para essa área. No mestrado, fiz minha dissertação em tratamento de água, mais especificamente relacionado a tratabilidade do lago Paranoá para abastecimento humano. Depois de concluir o mestrado, fui trabalhar como consultor na Unesco, atuando na Fundação Nacional de Saúde, (Funasa), que tinha na época, entre suas atribuições, fomentar iniciativas de saneamento para municípios com menos de 50 mil habitantes.


Tive a oportunidade de atuar em programas junto a diversas companhias de Saneamento do País e sistemas autônomos municipais de água e esgoto (SAAEs). Pude rodar o Brasil e conhecer diferentes realidades. Destaco também a oportunidade de ter feito alguns trabalhos e ações de saneamento para populações vulneráveis, como quilombolas, populações ribeirinhas, e comunidades indígenas.


Depois da Funasa fui trabalhar na Caesb, onde estou até hoje. Iniciei a carreira como analista na área de projetos e obras da Empresa, na Diretoria de Engenharia. Depois fui coordenador de processos, gerente de Projetos de Sistemas de Água e, em 2013, fui convidado para trabalhar na Assessoria de Projetos Especiais, uma gerência que se dedica às cooperações técnicas nacionais e internacionais, bem como a pesquisa, desenvolvimento e inovação, em especial as parcerias com universidades. Desde então a UnB é nossa maior parceira, com quem temos uma interlocução muito bacana para o desenvolvimento de projetos cujo principal resultado é a melhoria dos processos da Caesb. Fiquei cinco anos nessa gerência, de 2013 a 2018, quando fui convidado a assumir a Assessoria de Projetos Especiais e Novos Negócios, onde estou até hoje.


  • Sua atuação mostra que você realmente prioriza o saneamento...


Sou apaixonado pela causa do saneamento, defendo a gestão pública do setor, acredito fervorosamente que a Caesb é um excelente exemplo de empresa pública que combina ações de parceria com a iniciativa privada no âmbito de diversos processos nas áreas de Engenharia, Comercial, de Operação e Manutenção.


Além disso, a empresa procura compartilhar conhecimento e casos de sucesso com Instituições e setores que têm curiosidade de conhecer nossas práticas. Estamos sempre fomentando cooperações técnicas com instituições internacionais, como o Banco Mundial e BID e, citando como exemplo, contribuímos com ações de fortalecimento institucional com operadores menos estruturados, como foi o caso do SAAE de Maués, uma cidade no Amazonas. Nossas práticas de esgotamento condominial são referência para muitos operadores internacionais.


O setor do saneamento talvez seja a parte mais humana da engenharia, que tem total relação com a qualidade de vida da população. Levar saneamento para as pessoas é algo muito gratificante e cada vez mais nos dá mais energia para continuar nessa batalha.


  • O que você gosta de fazer quando não está trabalhando?


Sou casado com a Luciana, que é campinense, advogada, também formada em Letras e exerce atividades nessas áreas. Temos um filho, Guilherme, de 12 anos, moramos em Águas Claras.


Com nossa origem no Nordeste, utilizamos o Lago Paranoá, esse grande patrimônio da nossa cidade, como nosso mar. Gostamos muito de velejar no lago, ancorar em postos mais isolados, tomar banho e nadar. Gosto de esportes, pratico judô, sou faixa marrom e gosto de jogar futebol e tênis.


Gosto muito de música, arranho um violão, minha mulher gosta de cantar, a gente se entretém com música, passamos isso ao nosso filho, que gosta de tocar guitarra e violino.

Fuad Moura Guimarães Braga
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