A reportagem, "Lixo, de problema a negócio escalável, assinada pela jornalista Lana Pinheiro e publicada na edição de 24 de fevereiro da Revista Istoé Dinheiro (postada em nossa seção "De olho na mídia"), provocou reações. Além de trazer números questionáveis, como a de que as 1.996 cooperativas de catadores faturaram R$ 1,6 bilhão no ano passado, a reportagem demonstra um otimismo exagerado em relação ao negócio do lixo. Para a consultora independente Ana Paula Bernardes , "Isso é um mito. Se de fato isso estivesse acontecendo, os índices de reciclagem seriam maiores e o volume de lixo que chega aos aterros ou dispostos inadequadamente teria diminuído proporcionalmente. A responsabilidade compartilhada cria o sistema de “bezerro que tem duas mães morre de fome”. Lixo é custo, é prestação de serviço e precisa ser uma obrigação direta de quem o produz e de quem o gera. Somente dessa forma conseguiremos lograr sucesso em minimizar os impactos disso". Ela continua o raciocínio: "Além disso, precisamos educar nosso povo para o consumo responsável e o descarte adequado. Hoje a recuperação e reciclagem do resíduo é restrita às operações que geram lucro. Por isso os números são tão medíocres". O professor da UNB Paulo Celso dos Reis, associado da ABES/DF, concorda: "Essa história de que lixo gera dinheiro atrapalha muito mais do que ajuda o setor". Que o debate continue.
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